28 janeiro 2018

Dr. CLODOALDO: UM EXEMPLO DE VIDA - Isac Jorge Filho

 Dr. CLODOALDO: UM EXEMPLO DE VIDA 

               Com pouco tempo de atividades médicas profissionais eu estava na sala dos médicos da Santa Casa onde recebi um bilhete que dizia: "Caro Isac. Passando pelo corretor observei o abraço amigo que você dava na paciente Carmen, portadora de carcinoma avançado, sem possibilidades de cura. Quero lhe dizer de minha admiração pelo seu gesto e a observação, como médico mais velho que você, que esta é a verdadeira Medicina. Um grande abraço. Clodoaldo".
               Já conhecia e admirava o dr. Clodoaldo Franklin de Almeida pelos suas qualidades de excelente cirurgião e notável pessoa. Fiquei ainda mais impressionado com sua lição, da qual ele dava exemplos, de que a Medicina se faz com o cérebro, as mãos, mas, principalmente com o coração.
              Dr. Clodoaldo era  a esperança e o caminho de seus pacientes, tivessem ou não condições de pagar. Em seu consultório, na Vila Tibério, exercia Medicina honesta, ética e eficiente. Nunca tomou condutas médicas fora do seu campo de conhecimento, encaminhando, nesses casos,  o paciente para colegas de área específica. Amigo de todos, leal ao extremo. 
               Hoje fui ao velório de meu amigo e mestre Clodoaldo. Ele se foi, como iremos todos. Certamente está em um lugar que Deus reserva para os bons e justos. 
                De seu bondoso coração deve estar enviando para cada um de nós, parentes e amigos, que aqui ficamos, mensagens da consolo, como escreveu Santo Agostinho em sua oração, que abaixo reproduzimos: 

                    “A morte não é nada.
                    Eu somente passei
                    para o outro lado do Caminho.

                    Eu sou eu, vocês são vocês.
                    O que eu era para vocês,
                    eu continuarei sendo.

                    Me dêem o nome
                    que vocês sempre me deram,
                    falem comigo
                    como vocês sempre fizeram.

                    Vocês continuam vivendo
                    no mundo das criaturas,
                    eu estou vivendo
                    no mundo do Criador.

                    Rezem, sorriam, pensem em mim.
                    Rezem por mim.

                    Que meu nome seja pronunciado
                    como sempre foi,
                    sem ênfase de nenhum tipo.
                    Sem nenhum traço de sombra
                    ou tristeza.

                    A vida significa tudo
                    o que ela sempre significou,
                    o fio não foi cortado.
                    Porque eu estaria fora
                    de seus pensamentos,
                    agora que estou apenas fora
                    de suas vistas?

                     Eu não estou longe,
                     apenas estou
                     do outro lado do Caminho...

                     Você que aí ficou, siga em frente,
                     a vida continua, linda e bela
                     como sempre foi.”


                           (Santo Agostinho)
Reflexões assustadas

“A democracia é a pior forma de governo, exceto todas as outras que têm sido tentadas de tempos em tempos”.
                                                                                                          Winston Churchill

                        Estou preocupado com os partidos políticos que ressurgem ou se organizam somente em épocas de eleições. Parece que não sabem construir nada e se preocupam com o poder e as vantagens derivadas dele.
            Propostas, ideologias, vantagens oferecidas. Vamos salvar o mundo! E nossos interesses também...
            A máquina pública,  parece que só é movida a graxa monetária, como me disse um bêbado num dia de inspiração
            Política, nobre arte, pensava eu  quando ainda inocente... Agora tenho certeza. É a arte da barganha, do toma lá dá cá.
            Vejam a realidade. Assumiu o governo e os amigos e protegidos aparecem, despertos, ansiosos, para discutirem as posições e cargos que irão ocupar, qual seria sua estratégia de trabalho, como poderiam colaborar com o êxito da gestão do amigo que foi apoiado com destemor...
            Poder, empregos, salários, cargos, coligações, quem vai ocupar o cargo tal, quem vai para onde poderá se sentir melhor e mais coberto de vantagens. Até “a fazer um servicinho de vez em quando se dispõem para colaborar na gestão do amigo e correligionário!”
Estatus, empresa pública escancarada abrindo as portas para partidários de última hora.
Capacitação? Precisa disso também? As empresas, os conselhos administrativos, decisões, desvios e suas consequências por atitudes tomadas por quem não é do ramo e nem saberia o que votar num conselho administrativo... Aí, os desvios, os rombos e os roubos...
O orçamento vai mal, a crise está séria,  o que fazer mesmo, que decisão tomamos, a quem recorrer? Vamos ouvir alguns técnicos amigos do partido e ver se eles podem nos ajudar!
E os cargos de segundo e terceiro escalões? São muitos, ou são só estes? A sede é insaciável. Há muitos pedidos e menos vagas....  Ah! Vamos criar mais cargos que fulano não pode ficar sem ser atendido, trabalhou tanto durante a campanha!
Mudar leis, criar mais cargos, aumentar os gastos? Seria isso necessário em época de crise e de dificuldades?
Onde estariam o bom senso e a honestidade, mínimos necessários para enfrentar situações difíceis em épocas de crises reais ou fabricadas pela inépcia de muitos que,  são despreparados, nem saber o que fazer  nas posições que ocupam a não ser bater palmas para os padrinhos e benfeitores?
E surgem as falsas interpretações e desculpas...
A crise vem de longe, é do tempo do partido tal, o mundo está mergulhado em recessão, não sabemos que caminhos seguir!...
Como poderiam saber? Se mal conhecem as portas da empresa e onde está o cofre?
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            José Anézio Palaveri, médico, APLACE, janeiro de 2018.

GOA - Sérgio Roxo da Fonseca

GOA


                        Sérgio Roxo da Fonseca

                        A região de Goa envolveum porto marítimo situado na face ocidental da Índia, defronte do Mar da Arábia. Já existia há pelo menos 22 séculos antes de Cristo. Durante as férias de janeiro fui conhecer Goa. Alguns de seus prédios integram o patrimônio cultural da ONU, entre os quais se encontraa Igreja de São Francisco Xavier, na qual está exposto o corpo do santo.
                        Após Vasco da Gama ter encontrado o caminho para a Índia, a região foi integrada ao domínio português. No sul do continente há uma ilha denominada Sri Lanka, que no passado recente chamava Ceilãoe, naépoca das grandes navegações Taprobana. Dizia Camões: “As armas e os barões assinalados que da ocidental praia lusitana, por mares nunca dantes navegados, chegaram ainda além da Taprobana”.
                        Mesmo depois de Portugal perder o seu imenso império, manteve seu domínio sobre Goa, que foi tomada pela Índia em 1961, passando a integrar o seu imenso território. A religião hinduísta é majoritária com quase 66% da população. Os cristãos somam 27,00%. E os islamitas cerca de7%%. O território contém um milhão e quatrocentos mil pessoas. As maiores cidades da região são Vasco da Gama, Margão, Pangim, Mormugão e Mapuçá.
                        A Índia choca o visitante pelo seu contraste social. A pobreza é gigantesca. As ruas de Goa são cobertas de lixo. No entanto, o seu progresso técnico foge de qualquer descrição. A Índia dá assistência eletrônica para vários países, incluindo inúmeras empresas brasileiras. Já ingressou no clube nuclear, já fabricou sua bomba atômica.
                        Goa, no campo das artes, notabilizou-se pelos seus crucifixos que, segundo é afirmado, são esculpidos originariamente em dentes de elefante.
                        Talvez não. O crucifixo mais admirado é aquele localizado na Catedral de São Francisco Xavier. Pelo seu tamanho, não muito pequeno, mas não muito grande, difícil acreditar que tenha sido esculpido em dentes de elefante, por maior que possam ser estes últimos. A imagem do Cristo da Catedral retrata o rosto de um homem do povo sacrificado com o seu corpo quase todo coberto de vermelho, sugerindo a presença do seu sangue derramado para a salvação dos homens. Poucas vezes encontrei uma obra de arte mais significativa, melhor dizendo, mais cheia de significados.