13 dezembro 2006

ABSURDO NAS ESTRADAS

ISAC JORGE FILHO

Quando ví o primeiro, imaginei que alí estivesse uma coisa improvisada e temporária, para resolver alguma emergência. E era “apenas” uma carroceria dupla. Ainda assim, ocupava grande espaço, dificultando o trânsito e oferecendo perigo aos demais veículos. Depois vieram os conjuntos de três “vagões”. Se tornaram tão comuns que receberam nome próprio: “treminhões”. No rítmo em que a coisa anda, logo teremos verdadeiros comboios nas estradas. Que se danem os demais usuários de nossas vias rodoviárias de comunicações! Tudo pela economia! Tudo pelo lucro!

O número de acidentes nas estradas é enorme. Vidas sacrificadas, incapacitações definitivas ou temporárias, constituem o saldo negro desses acidentes. Todas as medidas que possibilitem maior segurança são válidas e indispensáveis. Está aí um novo código de trânsito, lançado com pompa e intensa divulgação. No entanto, temos transitado por estradas da região e continuamos convivendo perigosamente com “treminhões”. Recentemente um jovem médico perdeu a vida em acidente envolvendo um desses veículos.

Que benefícios trazem os “treminhões”? As estradas não foram feitas para suportarem tais tipos de veículos. O número de empregos cai, na medida em que três caminhões são substituídos por um único. O perigo aumenta para todos os usuários de estradas onde existem tais veículos. Assim, os únicos benefícios são de ordem econômica, e assim mesmo para poucas pessoas.

Será que é justo? Será que vale a pena?

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