Crônica da aldeia global
Odebrecht, um sobrenome envergonhado.
JOSÉ ANÉZIO PALAVERI
O poder e o dinheiro que abrem portas, mobilizam pessoas e parceiros, imobilizam oposições, conseguem adesões imprevisíveis de opositores, compram apoios, decisões, leis, perdões e simpatias por todos os cantos.
São recursos que reforçam o poder e abrem caminhos... para alguns.
Serão recuperados com as exclusividades, o vencer maquiado das licitações e os sobre preços favorecidos pelas benesses dos detentores dos poderes públicos e privados.
Uma metralhadora giratória abrindo caminhos e uma moto niveladora derrubando obstáculos os mais diversos.
O futuro nos dirá, e já está nos dizendo, sobre o que restou de saldo positivo para o bem estar social ou para o progresso da nação.
Um país arrasado, mergulhado em escândalos inacreditáveis, tamanha a ousadia de seus malfeitores.
Um claro e bem visível exemplo e uma solene demonstração de tudo o que o neoliberalismo, o capitalismo e esta nova economia podem fazer em favor dos poderosos, fazendo-nos temer sobre o futuro do Estado, do poder público e dos coitados dos cidadãos, principalmente dos mais pobres.
Um clima de descrença com os políticos e os negociadores dos bens públicos. Uma Democracia em perigo não só por aqui, mas em mais de dez países onde os tentáculos da toda poderosa se estenderam com o apoio de autoridades brasileiras e internacionais.
Mesmo sem riscos iminentes estas democracias declinam, seus atores perdem a credibilidade e chegam a envergonhar os cidadãos honestos e esperançosos de um futuro melhor para seus filhos.
A cada dia novos sustos, novos escândalos...
Uma máquina de propinagem para fazer bandidos que se dão as mãos ligadas pelo dinheiro vivo não contabilizado.
Há 30 anos ou mais, um nome a ser admirado. Empregos, progressos, por aqui e pelo mundo, mas a ganância foi demais e o malcaratismo também.
Nas delações, para fugirem da cadeia, patrões e funcionários não se envergonham de contar todo o mal que fizeram e todas as alianças malditas público-privadas que tramaram...
Cevando partidos, ”lavando as mãos” de funcionários públicos, de políticos, de executivos de estatais, de empresas particulares ligadas à corrupção, falam até com alegria de seus atos ilícitos como fazendo uma boa ação, redimindo-se de seus pecados.
As imagens de sua coragem e cinismo nos assustam. Nem dá para acreditar em tanta capacidade para tantos atos malfeitos em busca de tantas vantagens desonestas.
A justiça está trabalhando. Tomara que não desanime e que ninguém interrompa seus caminhos. Precisamos ser cidadãos alertas e bem informados para não nos enganarem novamente.
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